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Mostrando postagens de maio, 2018

As duas magníficas faces da Festa do Divino em São João del-Rei

O calendário cultural-religioso de São João del-Rei é tão vasto que grande parte dos são-joanenses, quando conversam sobre esse assunto, costumam citar apenas as festas que são mais grandiosamente tradicionais, como a Festa de Passos, a Semana Santa, a Festa da Boa Morte e as procissões de Nossa Senhora das Mercês, Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora do Rosário. Mas na verdade a fé são-joanense é marcada por muito mais eventos, entre os quais as celebrações de Pentecostes, cujo ponto máximo acontece no sétimo domingo depois do Domingo da Ressurreição. Na verdade, a festa começa muitos dias antes, com novenas e vários outros ritos muito peculiares. Em nossa cidade, a Festa do Divino, considerando seu modo de expressão, tem duas faces, ou melhor, dois formatos, diferentes na linguagem  estética, mas igualmente bonitos e importantes: o de manifestação popular, sediado na paróquia de Matosinhos, e o de liturgia influenciada pelo barroco, promovido pela Paróquia do Pilar. O prim

Divino Espírito Santo: descei sobre nós! Alumiai nossa São João del-Rei!

Depois do Domingo de Páscoa, conte sete outros domingos. Então chegamos ao Domingo de Pentecostes, que em 2018 cai no dia 20 de maio. Em São João del-Rei é um dia de grandes festas, no bairro de Matosinhos, onde desde o século XVIII acontece o Jubileu do Espírito Santo, e no centro histórico, mais precisamente na Capela do Divino, que fica na Rua das Flores, logo depois do Largo da Muxinga. Mas na verdade, nos dois locais, a festa já começou há mais de uma semana, com uma novena. Na igreja de Bom Jesus de Matosinhos, a festa tem forte espírito popular, marcada principalmente pelas cores, pelos ritmos e pela dança das folias e congadas. Na Rua das Flores, as celebrações são influenciadas pelas tradições barrocas, com demorados tencões tocados pelos sinos da capela, diariamente ao meio dia, às três e as seis da tarde e no encerramento de cada dia da novena, lembrando que amanhã tem mais. Na tarde do sábado, há um momento em que as duas formas de expressão se dão as mãos: às 17 ho

No Dia de Santa Cruz, descubra uma Arca da Aliança em São João del-Rei

Quem passeia por São João del-Rei, e não apenas pelo centro histórico, vê inúmeras cruzes espalhadas pela cidade, sejam os monumentais e bicentenários cruzeiros da Penitência, sejam as grandes cruzes de madeira ou ferro fincadas na pedra ou plantadas nos jardins ou  sejam, ainda, as pequenas cruzes penduradas nas portas de muitas casas. Todas elas ganham muitas flores e muitas cores no dia 03 de maio - Dia de Santa Cruz. Antigamente a tradição de ter cruzes na porta de casa e enfeitá-las com flores naturais, flores de papel crepom ou mesmo apenas com papel de seda colorido repicado para marcar a passagem do terceiro dia de maio era mais viva e se fazia presente do Bonfim ao Senhor dos Montes, do Tejuco a Matosinhos, mas hoje ela está mais esparsa. Perdemos a graça de ritualizar os dias para marcar de felicidade a passagem do tempo, assim como estamos desaprendendo a colorir o mundo em que vivemos e, por isso, não ensinamos mais este segredo às novas gerações. Mas nos últimos tem