Na tradição popular, novembro é o mês dos mortos e, em São João del-Rei, esta característica do penúltimo mês do ano é reforçada diversas vezes. A partir do dia 2, quando se celebra Finados, começam as missas aniversárias dos defuntos que pertenceram a uma, ou a várias, das dez Irmandades bicentenárias, sediadas no centro histórico são-joanense.
Também conhecida como "aniversário dos cemitérios", a cerimônia é composta de duas partes. Começa com uma missa, na igreja que é sede da Irmandade, onde, no centro da nave estão dispostos, no chão, um tapete preto, com galões e uma grande cruz dourados e bordados. Em cada uma das quatro pontas, um castiçal alto, com uma vela acesa, como se estivesse aguardando um defunto para a oração final.
Terminada a missa, os sinos tocam exéquias e os irmãos saem em procissão, vestidos com suas opas ou hábitos, e assim vão até o cemitério correspondente, onde o padre faz orações fúnebres. Tudo - missa e orações no campo santo - ao som de música barroca executada pela orquestra que atende às festas daquela irmandade: a Lira Sanjoanense ou a Ribeiro Bastos.
Esta celebração se repete dez vezes, em dias e datas predeterminadas.
Para saber mais sobre esta antiga tradição singular de São João del-Rei, veja o que diz o grande maestro e pesquisador são-joanense Aloísio Viegas, no vídeo abaixo - um breve documentário gravado por Helvécio Benigno.
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