São João Batista é o padrinho de São João del-Rei. Desde que, em 1713, o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes tornou-se Vila, tendo no nome um chamado ao santo das águas batismais, primo de Jesus Cristo, nascido no dia em que o sol menos tempo brilha no céu, 24 de junho.
Mas o santo das águas do Rio Jordão é também o santo do fogo. Em seu louvor se acendem fogueiras que, com suas grandes labaredas, tornam quente e brilhante a noite maior e mais fria do ano. Fogueiras douradas como o astro-rei, e como o Rei Sol Português, Dom João V, a quem foi dedicada a Vila de São João del-Rei.
Para agradar à vila afilhada, São João Batista deu a São João del-Rei, para brincar, as notas musicais, tiradas todas das primeiras sílabas das palavras de seu hino sacro. E desde então, São João, vila e depois cidade, não se separou mais da musicalidade ou, indo mais longe, da sonoridade. Em São João del-Rei, música e sons estão, o tempo todo, em toda parte...
São João del-Rei venera, com fervor, seu padrinho São João Batista. Tem dele imagem grande, adulto, no batístério da Matriz do Pilar, e imagem de São João menino, sorridente e vivaz, em nicho lateral do altar-mor da mesma igreja. E um outro monumento, a céu aberto, São João Batista descendo do Largo das Mercês, em dúvida se segue em frente, para adorar Agnus Dei na capela do Santíssimo Sacramento, ou se dobra à direita, e sobe a Ladeira da Muxinga. Neste jardim, o santo que há mais de dois mil anos se alimentava de mel e gafanhotos está pensativo e, ombro mais leve, tem o cordeiro de Deus deitado a seus pés...
Ouça, abaixo, o hino do qual, por volta de mil anos, foram tiradas as notas musicais, marcadas na pauta da ilustração.
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