Sebastião Raimundo de Paiva. Tatão, para as crianças de sua infância, no chalé da Rua Santo Antônio, altura dos números quinhentos. A ele, poderia-se dizer que São João del-Rei muito deve. Mas isto não é verdade. Quem a ele muito deve é a humanidade, pelo que ele sabiamente conseguiu manter das tradições religiosas setecentistas da cidade onde os sinos falam e os homens antigos ainda entendem.
Sem sua sabedoria, discernimento, temperança, habilidade, amor cristão, patriotismo, cidadania, convicção e firmeza de caráter, entre outras qualidades e habilidades, com certeza não se conheceria mais liturgias como os Ofícios de Ramos e de Trevas, as encantadoras procissões barrocas e todas as celebrações religiosas que fazem de São João del-Rei um torrão singular. Preservando-as, o sacerdote-cidadão preservou ao homem "da terra" um dom que Deus deu unicamente aos filhos de Adão: a cultura. Também deste modo zelando da alma da criatura, louvou e serviu ao Criador.
O que o povo de São João del-Rei tem para com este Patriarca não é dívida. É Gratidão, Reconhecimento, Orgulho e Amor - com iniciais maíusculas! Este sentimento complexo e vigoroso foi construído no convívio diário durante uma existência de 31 mil e 400 dias em que se cumpriu, na plenitude, o maior mandamento de Jesus Cristo - Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
É por isto que São João del-Rei, no silêncio sereno do encontro com sua própria alma, diz:
- Obrigado, Padre Paiva! Em ensinamento, memória e obras, você está sempre conosco...
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