Mês de Maria, maio é tempo sublime em São João del-Rei. Céu distante, absolutamente azul, noites de grandes estrelas frias. Tudo às vezes se esfumaça no amanhecer, cobrindo a cidade com um véu de neblina, sereno, serração e orvalho. Desde sempre foi assim.
Alias, a 31 de maio de 1786, o Senado da Câmara da Vila de São João del-Rei determinou que o alcaide, vestido a caráter, inclusive usando capa, montado em um cavalo e acompanhado de todos os oficiais da justiça e do porteiro do "Juizo", saísse às ruas tocando clarins, timbales, trompas e flautas, anunciando a todas as pessoas livres e aos senhores de escravos que as Festas Reais estavam chegando. Durante elas, todos deveriam estusiasmar-se e tocar ruidosos instrumentos. Quem quisesse, poderia até sair mascarado e dançar "qualquer tipo de dança, sem impedimento algum". Era algo como um carnaval temporão.
Voltando a 2013, nesta despedida de maio, veja no link abaixo a paisagem de um estático anoitecer em São João del-Rei. Cortina de fundo para um grandioso toque dos sinos da Matriz do Pilar, em sofisticada e sublime sinfonia. Tencões, terentenas, floreados, canjica queimou, batucada e outros repiques e dobres que se toca nos dias festivos e suas vésperas.
"Salve terra querida e formosa. Salve terra de São João del-Rei!", conclama a todos o hino, antigo, de nossa cidade.
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Fonte: CINTRA, Sebastião de Oliveira. Efemérides de São João del-Rei. Volume I, segunda edição revista e aumentada. Imprensa Oficial de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1982.
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