Pois bem, há 169 anos, no dia 24 de janeiro, o "vetusto" templo foi alvo de vandalismo que, na verdade, começou com um conto do vigário. Sabe como aconteceu?
Altas horas, o sacristão dormia em sua casa, em beco próximo à igreja, quando foi acordado com fortes pancadas em sua porta e alguém gritando: - "A porta lateral da igreja, no lado do Cemitério está aberta! Convém fechar!".
Preocupado, ele não pensou duas vezes. Vestiu um agasalho, pegou a penca de chaves e, no ainda escuro, saiu em direção à Matriz. Mal deu alguns passos e foi atacado por dois embuçados que, com pistolas em punho, tomaram-lhe as chaves e o forçaram a acompanhá-los até a igreja.
Lá, foram direto ao assunto, ou melhor, ao que interessava - o ambiente decorativo que havia sido criado para celebração das exéquias do senador padre Diogo Antonio de Feijó, que seriam oficiadas no dia 30 daquele mês. Desmantelaram o monumento funerário, destruíram o cenário, desmancharam e inutilizaram os enfeites. Tudo sem dizer uma palavra.
Em seguida, também em silêncio, devolveram a penca de chaves ao assustado sacristão. E sumiram na noite de becos estreitos, de ruas escuras e muitas estrelas. Não havia lua no céu...
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Fonte: CINTRA, Sebastião de Oliveira. Efemérides de São João del-Rei, volume I, 2a edição revista e aumentada. Imprensa Oficial de Minas Gerais. Belo Horizonte, 1982.
Caro Emílio, excelente textO rebuscado de Barroco! Neste ano em que SJDR completa 300 anos, quero visitar a cidade e, queM sabe, descobrir mais detalhes deste conto do vigário. Um abraço.
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