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São João del-Rei clareou a noite em dia, no "desponsório" de Dom João VI


Importante vila colonial, em tudo participante dos mais importantes acontecimentos da metrópole Lisboa, São João del-Rei deu início, no dia 23 de julho de 1786, aos grandiosos festejos que ali comemoraram os casamentos do futuro rei D. João VI com Carlota Joaquina, filha do rei da Espanha, Carlos IV, e do infante D. Gabriel de Castela com a infanta Mariana Vitória. Naquela época, infante eram os príncipes e princesas, filhos legítimos dos reis portugueses.

Voltando à festa, houve missa solene cantada com dois coros de música, na Matriz do Pilar, procissão do Santíssimo Sacramento e Te Deum Laudamos, cantado por vinte padres, ricamente paramentados com capas de asperges e muito toque de todos os sinos. Isto foi, principalmente, para a nobreza e autoridades, assim como três óperas, "em teatro firmado para isso no meio do curro com nobre aparato" e concertos musicais no passeio público, onde foi erigido um grande obelisco de luzes "que faziam as noites tão claras quanto o dia". Ainda mais porque, como era costume naquela época, todas as casas da vila iluminaram suas fachadas.

Para distrair a plebe rude, quatro tardes de touradas e duas de cavalhadas e uma noite com monumental queima de fogos de artifício que mais pareciam coloridos cometas cortando o céu. Para produzir este espetáculo luminoso, o Senado da Câmara da Vila de São João del-Rei contratou, de um arraial vizinho, o maior pirotécnico da região.

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Fonte: CINTRA, Sebastião de Oliveira. Efemérides de São João del-Rei, volume I segunda edição revista e aumentada. Imprensa Oficial de Minas Gerais. Belo Horizonte, 1982

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