Nesta sexta-feira, a quinta da Quaresma, começa em São João del-Rei a terceira e última etapa das Celebrações dos Passos de Nosso Senhor Jesus Cristo a caminho do Calvário - o Setenário das Dores.
Promovido ininterruptamente há quase trezentos anos pela Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, consiste em sete dias consecutivos de missa barroca, celebrada as 19 horas, seguida de ofícios sacros que rememoram e fazem refletir sobre as sete espadas de dor que traspassaram o coração de Nossa Senhora, desde o nascimento de Cristo até seu sepultamento. Não se tem notícia de outra cidade que realize o Setenário das Dores com tanta e tão tradicional exaltação e nesta mesma época da Quaresma.
O Setenário das Dores é uma solenidade a um só tempo terna e austera, que conjuga a doçura do amor maternal com os sentimentos agudos de ausência do filho que sofre e se vai, desta vida para sempre. Da apresentação do Menino no templo - quando Simeão à Mãe previu um doloroso futuro - até a volta para casa sem o filho sequer morto, passando pela fuga para o Egito perseguidos por Herodes, pelo desaparecimento do Menino, pelo encontro na Rua da Amargura, pela crucifixão, acolhimento do filho morto em seus braços e sepultamento, tudo é cantado no ofício do Setenário, na voz do celebrante e pela bicentenária Orquestra Ribeiro Bastos.
Além de orações especiais, só entoadas nesta celebração, também são executados motetos raros e outras peças barrocas, compostas nos séculos XVIII e XIX (veja vídeo ao final). O toque do sino dos Passos, melancólico e langoroso, em horas tradicionalmente próprias, complementa a riqueza musical do Setenário das Dores.
O ciclo da Festa dos Passos encerra-se na sexta feira seguinte, a sexta da Quaresma, que em 2012 será dia 30 de março, quando acontece a Procissão das Lágrimas, também conhecida como Procissão da Soledade, Procissão da Saudade, Procissão da Piedade de Nossa Senhora. Nela, o andor com a imagem setecentista de Nossa Senhora das Dores percorre as ruas do centro histórico de São João del-Rei, fazendo um percurso quase inverso ao da Procissão do Senhor Morto. Durante o trajeto, em ritual semelhante ao da Procissão do Encontro, para diante dos cinco Passinhos, quando a Orquestra Ribeiro Bastos executa os Motetos das Dores, de autoria oitocentista dos compositores Martiniano Ribeiro Bastos e Francisco de Paula Vilela.
O Setenário das Dores é uma celebração tão dramáticamente circunspectiva que não se utiliza flores, nem no altar-mor, nem no andor. No lugar delas, apenas arnica da Serra do Lenheiro - planta medicinal, utilizada em infusão de alcool para aliviar dores de entorses e contusões. Também aí, mais uma vez, pode-se notar uma alusão ao sofrimento de Cristo, nas quedas e escoriações que teve a caminho do Calvário, quando carregava a cruz às costas.
Manjericão, também, tradicionalmente, nesta celebração não é planta utilizada. O rústico rosmaninho, ao contrário, é desfolhado no chão da Matriz do Pilar, para seu perfume juntar-se ao aroma do insenso e, assim, aguçar sensorialmente o olfato dos fiéis.
Promovido ininterruptamente há quase trezentos anos pela Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, consiste em sete dias consecutivos de missa barroca, celebrada as 19 horas, seguida de ofícios sacros que rememoram e fazem refletir sobre as sete espadas de dor que traspassaram o coração de Nossa Senhora, desde o nascimento de Cristo até seu sepultamento. Não se tem notícia de outra cidade que realize o Setenário das Dores com tanta e tão tradicional exaltação e nesta mesma época da Quaresma.
O Setenário das Dores é uma solenidade a um só tempo terna e austera, que conjuga a doçura do amor maternal com os sentimentos agudos de ausência do filho que sofre e se vai, desta vida para sempre. Da apresentação do Menino no templo - quando Simeão à Mãe previu um doloroso futuro - até a volta para casa sem o filho sequer morto, passando pela fuga para o Egito perseguidos por Herodes, pelo desaparecimento do Menino, pelo encontro na Rua da Amargura, pela crucifixão, acolhimento do filho morto em seus braços e sepultamento, tudo é cantado no ofício do Setenário, na voz do celebrante e pela bicentenária Orquestra Ribeiro Bastos.
Além de orações especiais, só entoadas nesta celebração, também são executados motetos raros e outras peças barrocas, compostas nos séculos XVIII e XIX (veja vídeo ao final). O toque do sino dos Passos, melancólico e langoroso, em horas tradicionalmente próprias, complementa a riqueza musical do Setenário das Dores.
O ciclo da Festa dos Passos encerra-se na sexta feira seguinte, a sexta da Quaresma, que em 2012 será dia 30 de março, quando acontece a Procissão das Lágrimas, também conhecida como Procissão da Soledade, Procissão da Saudade, Procissão da Piedade de Nossa Senhora. Nela, o andor com a imagem setecentista de Nossa Senhora das Dores percorre as ruas do centro histórico de São João del-Rei, fazendo um percurso quase inverso ao da Procissão do Senhor Morto. Durante o trajeto, em ritual semelhante ao da Procissão do Encontro, para diante dos cinco Passinhos, quando a Orquestra Ribeiro Bastos executa os Motetos das Dores, de autoria oitocentista dos compositores Martiniano Ribeiro Bastos e Francisco de Paula Vilela.
O Setenário das Dores é uma celebração tão dramáticamente circunspectiva que não se utiliza flores, nem no altar-mor, nem no andor. No lugar delas, apenas arnica da Serra do Lenheiro - planta medicinal, utilizada em infusão de alcool para aliviar dores de entorses e contusões. Também aí, mais uma vez, pode-se notar uma alusão ao sofrimento de Cristo, nas quedas e escoriações que teve a caminho do Calvário, quando carregava a cruz às costas.
Manjericão, também, tradicionalmente, nesta celebração não é planta utilizada. O rústico rosmaninho, ao contrário, é desfolhado no chão da Matriz do Pilar, para seu perfume juntar-se ao aroma do insenso e, assim, aguçar sensorialmente o olfato dos fiéis.
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