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Mostrando postagens de agosto, 2011

130 anos do trem de ferro em São João del-Rei: de Adélia Prado a Villa-Lobos, passando por Tom Jobim e Manuel Bandeira

Estação da Estrada de Ferro Oeste de Minas (jardim) - São João del-Rei  Tão importantes são os 130 anos da presença do trem de ferro em São João del-Rei que bem cabe, para os são-joanenses e visitantes encantados com a Maria Fumaça, resgatar, na produção artístico-cultural brasileira do século XX, algumas obras preciosas  que se inspiraram na representação do trem no imaginário nacional . Principalmente na imaginação dos mineiros e, mais especialmente  ainda, dos são-joanenses. Vejamos e ouçamos: A grande poetisa mineira Adélia Prado explicou: O carioca Villa-Lobos  compôs o Trenzinho do Caipira , que o grupo mineiro Uakti , com seus instrumentos únicos e originais, assim apresenta: Já o pernambucano Manuel Bandeira , em versos, embarcou no " Trem de Ferro " rumo à imaginária Pasárgada - viagem que  Tom Jobim deu voz: Leia mais sobre os 130 anos da Estrada de Ferro Oeste de Minas em São João del-Rei , acessando http://diretodesaojoaodelrei.blogspot.com/2

D. Pedro II foi o primeiro a andar na Maria Fumaça de São João del-Rei. Era 28 de agosto de 1881.

 São João del-Rei é uma cidade de muitos - e mais do que centenários - símbolos: os sinos e seus toques, os violinos e a música barroca, a Semana Santa e suas procissões, a Ponte da Cadeia, o Largo de São Francisco e o quê mais? a Maria Fumaça e seus trenzinhos... Desde1881 a  presença da Estrada de Ferro é tão marcante na cultura da cidade que a bela Estação Ferroviária foi edificada em um local privilegiado. Nas margens do Córrego do Lenheiro, em frente àquele que foi o mais importante hotel da cidade nas décadas finais dos anos oitocentos - o Hotel Brasil. A área por mais de cem anos, entre os séculos XIX e XX, era nobre e requintada e ainda hoje movimenta comércio intenso. Tem uma ponte de ferro construída só para, saltando a "praia", se chegar à Estação. O modernista Oswald de Andrade, quando esteve em São João del-Rei, recomendou que os brasileiros viessem, de trem , conhecer nossa cidade. Carlos Drummond de Andrade, quando por aqui passou, ao falar sobre a sonoridad

São João del-Rei, "de barro e oca. Barroca."

 Desde há muito tempo viajantes e escritores, passando por São João del-Rei, inspirados pela magia do lugar, dedicaram-se a registrar, em seus apontamentos, principalmente na forma de versos e poemas, singularidades são-joanenses. O Conde de Sant'Ana, por exemplo, quando aqui esteve, referindo-se ao anoitecer de nossa terra, escreveu o seguinte: "Às seis horas da tarde, em São João del-Rei, os sinos dobram. Rumo às igrejas, os devotos buscam a paz, a crença e momentos de serenidade. O altar é iluminado, a música sacra entoa. De suas janelas, pessoas contemplativas admiram o mistério que envolve o anoitecer na cidade." Nas ruas coloniais, que no tempo do ouro conheceram Tiradentes, Alvarenga Peixoto, Bárbara Heliodora e todos os sonhos inconfidentes de liberdade, ainda hoje é assim! Leia também http://diretodesaojoaodelrei.blogspot.com/2011/05/as-boas-coisas-de-sao-joao-del-rei.html

Enquanto a primavera de todo não chega em São João del-Rei...

Ainda é inverno em São João del-Rei mas, refletindo a alma são-joanense, a luz torna-se cada dia mais intensa, reverberando sem sombras no céu azul e infinito. Apesar do clima seco, as cores saltam do chão, dos muros e do ar, nas árvores que, floridas, lembram o céu estrelado da Via Láctea. Anunciam que a primavera vem se  aproximando de mansinho e chegará em silêncio, sem alvorada de banda de música, sem apito de trem, sem sirene de fábrica, Polícia, Bombeiros nem ambulância, sem toque de sinos, sem foguetório. Discreta e modesta em sua tanta beleza, como às vezes faz questão de ser o povo de Minas Gerais. Enquanto a primavera de todo não vem, mergulhemos neste domingo na ciranda abaixo, mostrando como pode ser diferente e haver harmonia neste " Mundo Louco ", que é a tradução literal do título da música. ........................................................................... Ilustração da abertura: Jardim do Largo do Carmo de São João del-Rei, com igreja e cemitér

Senhor Bom Jesus dos Montes, do alto de vossa colina, olhai misericordioso para São João del-Rei!

Reprodução de imagem de cartaz 2007 - Paroquia Sr. do Monte  Em São João del-Rei, o povo do Senhor dos Montes já está em festa. Desde a tarde desta sexta-feira, 26 de agosto, mal o sol se despede por detrás da Serra do Lenheiro, no alto da colina do Cristo, foguetes fazem riscos de cometa dourado e estouram no céu crepuscular. Avisam que dentro em pouco começará a novena ao generoso e complascente crucificado padroeiro. O sino, da capela humilde, dobra leve e veloz, espalhando pelos quatro ventos seu som menino. A vida não envelhece no alto do Senhor dos Montes. Pode ser que se ouça até, pelo autofalante, o canto da Ave Maria. Coisas imemoriais de São João del-Rei, de alguns recantos esquecidos de Minas... Durante toda a semana será assim. E mais: a comunidade do bairro se mobilizará limpando a pequenina igreja, roçando o mato, capinando a rua, lavando a roupa dos santos e dos anjinhos, lustrando as lanternas, aparando as velas das tochas, recolhendo prendas para os leilões, prepa

São João del-Rei: do Dia de São Bartolomeu à Declaração Universal dos Direitos Humanos

Talvez para os muito antigos, não tenha sido sem motivo que - exatamente no dia 25 de agosto de 1719 - o Conde de Assumar, em São João del-Rei, tenha oficiado ao Senado da Câmara local informando sobre o equipamento bélico da cidade (post anterior). É que para os são-joanenses de muito tempo nesta época do mês de agosto, com o mesmo furor que na Quaresma, o Diabo estava livre e solto na Terra, acendendo discórdias, incendiando iras e abrasando intolerâncias, que espalha em ventanias e redemoinhos. Senhor de si e do mundo, há quem creia que o "Inimigo" ainda hoje provoca revoltas naturais e discórdias humanas, que resultam em tragédias, e o exemplo maior foi o conflito religioso entre católicos e protestantes que aconteceu em Paris em 1572, no tempo divisor entre os dias 23 e 24 de agosto. Ao massacrarem cruelmente os adversários de fé, os católicos, insanamente, obedeceram ao Espírito das Trevas, fazendo correr muito sangue. Para os católicos que ainda se lembram, 24 de

Agosto de 1719: São João del-Rei em pé de guerra

Desde a alvorada de sua história, São João del-Rei é uma cidade movimentada, sempre pronta para o que der e vier. Seguindo a filosofia mineira de que " entender logo é muito tarde; que bom mesmo é antecipar ", os são-joanenses evitam ao máximo " ser pegos de calça curta ". Quem ensinou isto? A história e o tempo... Antes mesmo de ser elevada à categoria de Vila, em 1713, o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes foi palco da sangrenta Guerra dos Emboabas. Em  consequência, foi incendiado em 1709, pouco restando além da riqueza mineral e da persistência de construir, à sombra da Serra do Lenheiro, uma cultura singular. Reerguendo-se das cinzas, os primeiros são-joanenses aprenderam que a guerra existe e que é preciso se preparar para ela. Assim, nem completados dez anos da Guerra dos Emboabas, São João del-Rei já procurava construir fortificações e dispor de forças militares, conforme comprovado em correspondência do dia 25 de agosto de 1719. Nel

Em São João del-Rei, como no conhecido ditado popular, "a casa do povo é a casa de Deus"

Encanta, aos viajantes, visitantes e turistas que passam por São João del-Rei, o excelente estado de conservação da maioria das igrejas locais. Sempre pintadas externamente e extremamente limpas em seu interior, são uma demonstração do zelo dos são-joanenses para com estes espaços sagrados de devoção e memória. Mais do que monumentos, as igrejas de São João del-Rei são ambientes de prática religiosa e também de convivência social, que se dá nas mais diferentes situações: missas, novenas, festas dos padroeiros, agradecimentos, batizados, casamentos e funerais, entre tantos outros. Assim, não são apenas casas de Deus, são também casas dos homens. Esta posse impõe à comunidade responsabilidade para com o zelo e conservação dos templos. Como legítimos proprietários, os são-joanenses esperem pouco dos órgãos públicos e se mobilizam ao máximo, por meio das irmandades e confrarias - e também individualmente -, para viabilizar a realização de obras que garantam a conservação e preservação

De São João del-Rei, um acalanto para o Padre José Maria Xavier. Ponta de Areia, de estrelas!

Anoitecem em São João del-Rei as homenagens imaginárias ao grande compositor são-joanense Padre José Maria Xavier, no 192º aniversário de seu nascimento. Tal qual em 1819, a Rua Santo Antônio já está cochilando, quieta. Nem vê que saltam dos muros seculares, vindos sobre telhados e do fundo de  generosos quintais, o cheiro vivo de salientes damas da noite, de cândidas laranjeiras em flor, de castos e sedutores jasmins, de atrevidos manacás. No céu seco, revolto e nebuloso deste exato agosto, notas musicais se mesclam às estrelas - acalanto mineiro , em gaita-fole galega. Ponta de Areia. Presença, lembrança, gratidão e memorosa saudade.  Eternidade!

Padre José Maria Xavier, nascido em São João del-Rei, tinha na testa a estrela da música barroca oitocentista

 Certamente, há quase duzentos anos , ninguém ouviu quando um coro de anjos cantou sobre São João del-Rei. Anunciava que, no dia 23 de agosto de 1819, numa esquina da Rua Santo Antônio, nasceria uma criança mulata, trazendo nas linhas das mãos um destino brilhante: ser um dos grandes - senão o maior - músico colonial mineiro do século XIX . Pouco mais de um mês de nascido, no dia 27 de setembro, (consagrado a São Cosme e São Damião) em cerimônia na Matriz do Pilar, o infante foi batizado com o nome  José Maria Xavier . Ainda na infância, o menino mostrou gosto e vocação para música. Primeiro nos estudos de solfejo, com seu tio, Francisco de Paula Miranda, e, em seguida dominando o violino e o clarinete. Da infância para a adolescência, da música para o estudo das linguas, José Maria aprendeu Latim e Francês, complementando os estudos com História, Geografia e Filosofia. Tão consistente era seu conhecimento que necessitou de apenas um ano para cursar Teologia em Mariana . Assim, j

Recital de órgão setecentista vivifica música barroca civil de São João del-Rei no século XVIII

   São João del-Rei sempre encontra novas formas para manter vivo e pulsante um passado glorioso . Transmite continuamente, para as gerações sucessivas e vindouras, um legado cultural ímpar na história e na memória das cidades coloniais de nosso país. O que para muitos é missão quixotesca, em nossa cidade felizmente acontece:  permanentemente os tempos se encontram; se abraçam como contas de um colar que põe lado a lado três séculos de história, eternizada na arte , de formas plurais. O passado saudando o presente . Isto  é o que verá quem estiver em São João del-Rei na próxima quinta-feira, dia 25, e comparecer, às 18h30, ao Museu Regional. Lá, mais uma vez, estará em atividade o único órgão barroco de origem civil, construído no século XVIII com técnicas e madeiras nacionais, existente no país . Este é o diferencial do órgão de São João del-Rei: sem a complexidade de recursos, imponência e a monumentalidade dos dois outros instrumentos barrocos existentes em Minas, mas vindos da Eu

Tencão do Rosário: uma original orquestra de sinos em São João del-Rei

. A rica e diversa sonoridade é um dos traços mais marcantes da cultura são-joanense . Apitos da maria fumaça e das fábricas de tecido, a marcha matinal da banda do Batalhão, foguetes que de ora em quando estouram ninguém sabe ao certo por quê, som de instrumentos afinando ou ensaiando - toda esta pluralidade de notas, ritmos, tons e tempos musicais conferem a São João del-Rei uma posição singular . Posição esta que se distingue ainda mais quando se fala no toque dos sinos, oficialmente reconhecido patrimônio imaterial brasileiro. E por falar em toque de sinos, o denominado Tencão é dos mais notáveis. Sendo, no particular, aquele que dá início a uma sequência de toques , que antigamente chegava a durar quarenta ou mais minutos, esta primazia faz com que ele genericamente denomine toda a sequência, que às vezes inclui, terentenas, badaladas, floreados, tremidos e outros . Sendo assim, o Tencão é uma verdadeira orquestra de sinos , visto que conjuga e harmoniza diferentes "i

Festa da Boa Morte: Assumpta est! Exaltáta est São João del-Rei

15 de agosto é um dos dias mais sublimes e gloriosos em São João del-Rei . Nele, todo ano, a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte promove solenes celebrações para lembrar a assunção de Nossa Senhora aos Céus e, lá, sua coroação pelas três pessoas da Santíssima Trindade: Deus Pai, com seu cetro; Deus Filho, com sua cruz, e Deus Espírito Santo - uma pomba de prata e raios. Nem bem amanhece e os sinos da Matriz do Pilar repicam e dobram anunciando "A Senhora é Morta". Na metade da manhã, começa uma missa barroca, toda cantada em latim, que tem no canto do Glória o grande momento: os sinos tocam alegres, foguetes estouram ruidosos e, no altar dourado, Nossa Senhora da Assunção aparece subindo ao Céu,  pé direito apoiado sobre uma lua crescente, de prata. Tal qual na estória de Cinderela, ela está descalça de seus sapatos de seda. Bordados a fio de ouro e pedras brilhantes, estão caídos no imaginário e aéreo caminho. No entardecer, a celebração ganha as ruas. Uma grande e

Matriz do Pilar de São João del-Rei: trezentos anos de nobre história, grandeza e galhardia

A catedral basílica de Nossa Senhora do Pilar de São João del-Rei, na intimidade conhecida apenas como Matriz do Pilar, tem uma história longa. Seus antecedentes fazem voltar a 1705 quando, marcando o surgimento do Arraial de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes, foi erigida uma primitiva capela para louvar sua padroeira. Esta capela teve vida curta, pois desapareceu entre chamas em 1709, juntamente com o arraial, incendiado na cruel Guerra dos Emboabas.   A fé sobreviveu ao fogo. Assim, no ano seguinte começou-se a construção de nova igreja dedicada à mesma santa, desta vez nas margens do Rio das Mortes - proximidades do atual bairro de Matosinhos. Como se vivia tempos conflituosos e de grandes disputas, o arraial precisava estar preparado para se defender de novos ataques e sobreviver a outras guerras. Por isso, a história mudou de rumo e os alicerces que seriam da igreja serviram de base para a construção de um forte. Em troca, no ano seguinte, foi erguida no Morro da Forca, arr

Jafé Maria da Conceição: o serafim violinista da Orquestra Ribeiro Bastos de São João del-Rei

Jafé Maria da Conceição . Certamente, pouquíssimos são-joanenses já ouviram falar neste nome e, menos ainda, sabem que pertenceu a um grande músico, nascido em nossa cidade e aqui falecido hoje faz exatamente 73 anos. Corretíssimo em sua vida pessoal e musical, Jafé foi elogiado em uma crônica bem-humorada que Caetano Furquim Werneck de Almeida, escondido sob o pseudônimo de Scapin, publicou, em 1907, em um periódico local. Comentando o rigor disciplinar que à época predominava na Orquestra Ribeiro Bastos, onde Jafé era violinista, disse Scapin: "Quanto à disciplina, a nossa orquestra não é uma orquestra, é um batalhão perfeito, em que o maestro é coronel, o João Pequeno, Major, e o Jafé, ajudante. Tudo ali obedece cegamente e sem discrepância à voz ou, antes, ao olhar do "comando". Jafé, o seráfico ajudante, toca com os olhos volvidos para o céu, enlevado e estático, completamente alheio às terrenas cousas. Ele não polue o seu arco tocando em festas profanas.

Abecê de São João del-Rei no século XVIII

Em São João del-Rei - assim como em todas as vilas de ouro e diamantes de Minas Gerais na primeira metade do século XVIII - o vocabulário da população era cheio de palavras que hoje já são praticamente desconhecidas. Abundantes em sons e ritmos, aos poucos foram deixando de ser utilizadas e caindo no esquecimento, tanto porque os instrumentos, códigos, objetos, funções e situações que designavam não mais existem quanto porque, como somente poucas foram ressignificadas, a maioria não passarou a denominar outras coisas, fugindo portanto do dia a dia. Recordemos algumas: Almocrafe (ou almocrafre)  - enxadinha estreita e pontuda, utilizada na mineração. Almotacé (ou almotacel) - fiscal responsável por, entre outras coisas, aferir e controlar a fidelidade das unidades de pesos e medidas utilizados. Bando - forma antiga de tornar públicos, solenemente, decretos e ordens régias. A leitura do bando era precedida do toque de caixas, para chamar a atenção da população para o assunto qu

São João del-Rei de todas as horas, de todas as cores

São João del-Rei é uma cidade de cores vivas. Nos jardins, nas janelas, nos portais, nas pedras, nas torres, nos telhados os tons se revezam, conforme a estação do ano e a hora do dia. Em São João del-Rei, até o silêncio tem cor. Sobre esta constante mutabilidade, o conde de Sant'Ana escreveu: "Quando cai a tarde em São João del-Rei, a cidade se transforma. É como se as cores imponentes do barroco tomassem uma nuance de romantismo e magia. Os lampiões vêm iluminar as fachadas dos casarios e igrejas e se anuncia a beleza do anoitecer."

Festa da Boa Morte: "applaudátur et laudétur... et venerátio" São João del-Rei

São João del-Rei começou, nesta sexta-feira, a barroca e solene celebração anual da gloriosa morte e assunção de Nossa Senhora aos Céus, popularmente conhecida como Festa da Boa Morte. Nela, tudo é absolutamente barroco, sublime e delicado - novena, toque dos sinos, missa cantada, procissões, bênção do Santíssimo Sacramento  e canto do Te Deum. Juntamente com a Festa de Passos e com a Semana Santa, forma uma das três maiores "festas" da Matriz de Nossa Senhora do Pilar, se diferindo das demais por seu aspecto alegre. Ao contrário das outras duas, na Festa da Boa Morte nada é trágico. Não lamenta a morte da mãe de Deus, mas se compraz com sua subida gloriosa para os Céus, de onde mira complascente o povo são-joanense. Consta que a Festa da Boa Morte é realizada em São João del-Rei desde 1735 - portanto há 276 anos - , quando foi instituida a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte. Desde 1776 tem a participação da Orquestra Lira Sanjoanense (a mais antiga das Américas) e é

Em São João del-Rei, agosto não é mês do desgosto!

Agosto, em São João del-Rei, não é mês do desgosto. Se por um lado, enfraquecido, um frio de inverno ainda corta a pele com orvalhos noturnos e neblinas matinais; se em certos dias o céu mais se revolta e o ar - agitado em ventania enfurecida - anuncia que está perto a temida noite de São Bartolomeu, por outro, para aliviar, a fé anima a alma e o espírito. Mais uma vez espalha na terra são-joanense um clima serenamente festivo, que perpassa o oitavo mês do ano. Festa do Bonfim, Festa da Boa Morte, início da Festa do Senhor dos Montes. Ipês amarelos, orquídeas de penca, perfume de flor de laranjeira saltando por cima de velhos muros. Música barroca de orquestras setecentistas, marchas e dobrados de bandas centenárias - tudo se juntando nas ruas estreitas e nos largos. Em São João del-Rei, agosto não é apenas o mês dos cachorros loucos,  que também existem aqui e, urbanos, são mais violentamente perigosos. Em nossa cidade, principalmente naquela que existe dentro de nós e na qual gos

Repiques do Rosário: sorriso de inocência e alegria na voz dos sinos de São João del-Rei

Antecipando o clima solene e alegre que abraça São João del-Rei durante os onze dias da Festa de Nossa Senhora da Boa Morte, que começa amanhã e termina na noite do dia 15, Tencões & terentenas saúda a todos com este repique festivo, executado em três sinos de uma das torres da igreja de Nossa Senhora do Rosário. Mais toque de sinos em São João del-Rei nos links: http://diretodesaojoaodelrei.blogspot.com/2011/04/na-semana-santa-de-sao-joao-del-rei_20.html  http://www.sescsp.org.br/sesc/conferencias_new/subindex.cfm?Referencia=7160&ParamEnd=8 http://diretodesaojoaodelrei.blogspot.com/2011/04/na-semana-santa-de-sao-joao-del-rei_20.html

Alô São João del-Rei, se liga! Que tal saber mais sobre Turismo & inclusão?...

Certamente, foi no século do ouro que alguma cigana, daquelas que andavam de vila em vila lendo sortes e adivinhando o futuro em troco de pepitas, ao examinar as linhas da mão de São João del-Rei, exclamou: vejo movimento do sol, gente que chega e que vai. No destino deste lugar, mais do que ouro puro, vejo algo a brilhar... Que cigana era esta, ninguém sabe. A verdade é que desde então, pelos séculos a fora, a cidade vem recebendo viajantes, visitantes, estudantes e, volta e meia, um grande número de turistas. Mas precisa se instrumentalizar para melhor aproveitar o que a imaginária vidente, há trezentos anos, vislumbrou. Afinal, turismo hoje vale mais do que ouro e pode extrapolar a limitada equação hospedagem + alimentação + cultura  + diversão. Neste sentido, são-joanense que puder não perca: de 24 a 27 deste mês acontece na capital paulista (SESC Consolação) o Encontro das Américas de Turismo Social , que abrigará uma vasta programação desenvolvida em torno do tema Turismo e i

Os números não mentem: São João del-Rei vive de festas!

F esta, em São João del-Rei, é palavra que tem significado próprio . Principalmente no sentido coletivamente religioso. Todo acontecimento que, com alguma solenidade, reúna pessoas para celebrarem publicamente alguma coisa é uma festa. Tenha pompa e aparato ou aconteça na simplicidade. Percebendo assim, festa, em São João del-Rei, não pressupõe alegria . As cerimônias tristes da Semana Santa, por exemplo, são uma festa. Qual são-joanense não sabe o que quer dizer Festa de Passos? E Festa da Boa Morte, das Mercês ou do Divino Espírito Santo? Aos são-joanenses, festa pede alguma coisa que marque o tempo e o momento e não deixe dúvidas de que se trata de uma  ritualização da própria vida - real ou imaginada. Roupa nova, perfume, corte de cabelo, sapato brilhando, alguma cerimônia no comportar, reserva e relativa formalidade. Casas pintadas de novo, ruas limpas, calçadas caiadas, jardins floridos. Em São João del-Rei as festas pontuam o calendário, criando parêntesis na rotina . Des