Pular para o conteúdo principal

Guardiões do Patrimônio de São João del-Rei

Em São João del-Rei, a cultura anda pelas ruas, tão natural e despretensiosa que até correria o risco de não ser reconhecida e, distraída, se perder, entre becos e esquinas.

Mas a cultura de São João del-Rei tem guardiões, que cuidam dela como quem  protege um filho, contempla a namorada, se esquece nos braços da amante, acaricia uma lembrança ou uma saudade. Quem são estes guardiões que, com zelo devocional, mantêm viva a cultura são-joanense, revigorando-a a cada dia, preservando-a do tempo e eternizando-a, com a maior singeleza e simplicidade?

São os Guardiões do Patrimônio: pessoas que se dedicam a fazer o que sabem, mas sabem tão bem e fazem tão bem que esse saber e esse fazer viraram o próprio ser. Assim, os Guardiões do Patrimônio são o próprio patrimônio, por fundirem no ser o saber e o fazer.

Quer conhecer alguns destes guardiões da cultura de São João del-Rei? Kátia Lombardi generosamente nos apresenta no projeto, Guardiões do Patrimônio, que fala por si, em português e inglês, no link http://www.guardioesdopatrimonio.com.br/resolution_detect.php?width=1024&height=768

Não deixe de acessar!

Comentários

  1. Visitei o "Tencoes e Terentenas" e pude perceber o quanto a cidade - mesmo que a distância - mexe com os sentimentos do blogueiro Emílio.

    Iniciativa louvável e que vai ampliar a visibilidade da cidade. Confesso minha paixão pela nossa querida SJDR. Paixão que me causa crises de profunda saudade e muita, muita mesmo, vontade de voltar.

    Quero parabénizá-lo e desejar boas "viagens" (no melhor dos sentidos). Escrever, quando brota da alma, é se fazer presente.

    Abração,

    Marcinho Lima

    ResponderExcluir
  2. Marcinho, há alguns anos, conhecer sua obra fotográfica sobre São João del-Rei me impressionou bastante. Por isso, saiba, de algum modo foi estímulo para criação deste almanaque eletrônico. Como são-joanense, agradeço sua inspiração e sua produção, que capta o que é visível e o que é imaginado na alma da cidade.

    Grande abraço. Emilio.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Debaixo de São João del-Rei, existe uma São João del-Rei subterrânea que ninguém conhece.

Debaixo de São João del-Rei existe uma outra São João del-Rei. Subterrânea, de pedra, cheia de ruas, travessas e becos, abertos por escravos no subsolo são-joanense no século XVIII, ao mesmo tempo em que construíam as igrejas de ouro e as pontes de pedra. A esta cidade ainda ora oculta se chega por 20 betas de grande profundidade, cavadas na rocha terra adentro há certos 300 anos.  Elas se comunicam por meio de longas, estreitas e escuras galerias - veias  e umbigo do ventre mineral de onde se extraíu, durante dois séculos, o metal dourado que valia mais do que o sol. Não se tem notícia de outra cidade de Minas que tenha igual patrimônio debaixo de seu visível patrimônio. Por isto, quando estas betas tiverem sido limpas e tratadas como um bem histórico, darão a São João del-Rei um atrativo turístico que será único, no Brasil e no mundo. Atualmente, uma beta, nas imediações do centro histórico, já pode ser visitada e percorrida. Faltam outras 19, já mapeadas, dependendo da sensi

Em São João del-Rei não se duvida: há 250 anos, Tiradentes bem andou pela Rua da Cachaça...

As ruas do centro histórico de São João del-Rei são tão antigas que muitas delas são citadas em documentos datados das primeiras décadas do século XVIII. Salvo poucas exceções, mantiveram seu traçado original, o que permite compreender como era o centro urbano são-joanense logo que o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes tornou-se Vila de São João del-Rei. O Largo do Rosário, por exemplo, atual Praça Embaixador Gastão da Cunha, surgiu antes mesmo de 1719, pois naquele ano foi benta a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, nele situada e que originalmente lhe deu nome. Também neste ano já existia o Largo da Câmara, hoje, Praça Francisco Neves, conforme registro da compra de imóveis naquele local, para abrigar a sede da Câmara de São João del-Rei. A Rua Resende Costa, que liga o Largo do Carmo ao Largo da Cruz, antigamente chamava-se Rua São Miguel e, em 1727, tinha lojas legalizadas, funcionando com autorização fornecida pelo Senado da Câmara daquela Vila colonial.  Por

Padre José Maria Xavier, nascido em São João del-Rei, tinha na testa a estrela da música barroca oitocentista

 Certamente, há quase duzentos anos , ninguém ouviu quando um coro de anjos cantou sobre São João del-Rei. Anunciava que, no dia 23 de agosto de 1819, numa esquina da Rua Santo Antônio, nasceria uma criança mulata, trazendo nas linhas das mãos um destino brilhante: ser um dos grandes - senão o maior - músico colonial mineiro do século XIX . Pouco mais de um mês de nascido, no dia 27 de setembro, (consagrado a São Cosme e São Damião) em cerimônia na Matriz do Pilar, o infante foi batizado com o nome  José Maria Xavier . Ainda na infância, o menino mostrou gosto e vocação para música. Primeiro nos estudos de solfejo, com seu tio, Francisco de Paula Miranda, e, em seguida dominando o violino e o clarinete. Da infância para a adolescência, da música para o estudo das linguas, José Maria aprendeu Latim e Francês, complementando os estudos com História, Geografia e Filosofia. Tão consistente era seu conhecimento que necessitou de apenas um ano para cursar Teologia em Mariana . Assim, j