No alto da Muxinga, na dourada capela do Espírito Divino, a programação, cheia de missas, novena, matinas, Te Deum Laudamos e procissão, têm tom mais solene, tradicional como convém a geografia e ambiente elevados e barrocos. Recentemente integrada ao patrimônio artístico-religioso-cultural de São João del-Rei, ela é uma extensão da Matriz do Pilar, sede das tricentenárias irmandades responsáveis pelas mais tradicionais cerimônias barrocas da cidade.
Enquanto isso, no moderno santuário do Senhor Bom Jesus, que fica no coração do agitado bairro de Matosinhos, a devoção tem jeito e cor popular, com folias, missa inculturada, cortejo, cavalgada, procissões e show. Para ela, inclusive, já estão se movimentando folieiros e congadeiros de outros bairros são-joanenses e até de localidades vizinhas.
Para os são-joanenses de antigamente, o Domingo de Pentecostes era dia santificado forte e de muito respeito, entendido e festejado como parte da trilogia Espírito Santo, Santíssima Trindade, Corpus Christi. Celebração enfraquecida na metade do século XX, novamente vem ganhando força nas últimas décadas, sobretudo por unir fé e festa.
A continuar se revigorando e ganhando vulto participativo, não é utopia desejar que, em um futuro não muito distante, distintivos e insígnias do Espírito Santo decorativamente sejam colocados nas fachadas das casas e em marcos do trajeto por onde passam procissões, folias e cavalgadas. A fé também se materializa e se fortalece pela visão e, além do mais, o Espírito Santo está presente no dia a dia de São João del-Rei, como inspiração e obra dos artesãos que O multiplicam em vários tamanhos, de asas abertas, cabeça levemente pendida e os sete raios de seus poderosos dons.
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