O bolinho de feijão está para a gastronomia de São João del-Rei, assim como o acarajé está para a culinária baiana. A bem da verdade, os dois são feitos do mesmo material - o feijão -, têm formato e "modo de fazer" semelhante, mas também têm lá suas diferenças.
Enquanto que o acarajé baiano é maior e mais pesado, frito no azeite de dendê e recheado de vatapá, camarão e molho vinagrete, o bolinho de feijão é mais leve, no tamanho, na massa e no tempero, e originalmente não leva nenhum complemento que lhe disfarce o sabor. É pequeno e sem recheio, tal qual o acarajé preparado para ser comida ritual nos cultos afrobrasileiros. Por isso, dizem, o bolinho de feijão que se come em São João del-Rei é a versão mais antiga, original e primitiva do acarajé servido na Bahia e em grandes cidades litorâneas.
Mas o Restaurante Dedo de Moça, de São João del-Rei, resolveu misturar tudo. Magicamente juntar tradição e modernidade, unir o útil ao agradável, fundir acarajé com bolinho de feijão. Assim nasceu o acarajé mineiro - o bolinho de feijão, que tem o mesmo princípio constituinte da base do acarajé, frito em óleo de soja e com quatro recheios de sabor local, que substituem o vatapá e o camarão, típicos da cozinha beira-mar.
Quer saber que gosto tem? Então vá ao Dedo de Moça. E prove também o fondue mineiro e a costelinha laqueada com mel e pimenta. Não se trata de uma costela de porco nem de Adão, mas com certeza, pela doçura dourada e tenra maciez, mais parece sobra do material que que Deus usou para criar Eva...
Para arrematar, como sobremesa, não deixe de experimentar trufa de caipirinha. Coisas boas de São João del-Rei. Especialidades do Dedo de Moça!
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